segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Combate à pobreza?

"Há dez anos, os dirigentes europeus comprometeram-se a acabar com a pobreza na UE até 2010. No entanto, embora esta data-limite se aproxime a passos largos, o objectivo proposto ainda está longe de ser atingido.

A pobreza não está confinada aos países em desenvolvimento, ensombrando também as sociedades europeias. Trata-se de um problema complexo, que impede uma parte da população de levar um tipo de vida que a maioria de nós considera adquirido. Na sua origem estão frequentemente factores como a falta de instrução, uma dependência ou uma infância desfavorecida, privada de acesso a recursos culturais, sociais e materiais.

Na UE, consideram-se pobres as pessoas com um rendimento inferior a 60% do salário médio do país em que vivem. De acordo com esta definição, quase 80 milhões de europeus, ou seja, mais de 15 % da população, vivem no limiar ou abaixo do limiar de pobreza. Um em cada dez europeus vive num agregado familiar onde ninguém trabalha e para 8% dos europeus ter um emprego não é suficiente para sair da situação de pobreza."

Será que o Ano Europeu de Combate à Pobreza e à Exclusão Social pretende mesmo combater o flagelo ou é apenas mais uma cínica operação de marketing dos políticos europeus?

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Aniversário

Nascido há 6 décadas na cidade do Porto, olho de relance para a memória e revejo: um miúdo pobre e vadio acolhido na Casa do Gaiato; um adolescente rebelde e sonhador; um pai terno e embebecido com a filha mais linda do mundo; um quadro superior de competência reconhecida numa grande empresa e, finalmente, um pré-reformado com tempo para saborear melhor a vida.
Mas sempre um cidadão livre, inconformado e solidário. Como diria Camus, um cidadão apostado em "recusar sempre, seja qual for o pretexto, todo o despotismo...".

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Por um mundo menos injusto

Se queremos um mundo socialmente mais justo e sustentável temos que começar por reduzir o desperdício (dos países, das empresas e dos cidadãos) e promover uma melhor distribuição da riqueza. É indecente e obscena a desigualdade social que construímos!
Cada vez estou mais de acordo com Gabriel Garcia Marquez quando diz que "Um homem só tem o direito de olhar o outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se".

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Professores?

Será legítima a exigência dos Sindicatos dos Professores que os professores qualificados com Bom (cerca de 80%, diz o ME) cheguem ao topo da carreira? Será justo face ao professores qualificados com Excelente ou Muito Bom? Olhando para os resultados do ensino em Portugal nos últimos anos fico com dúvidas, que se aprofundam sempre que oiço o Mário Nogueira.
Porque não pedem os representantes dos professores mais exigência e dedicação aos seus associados no sentido de melhorar a qualidade do ensino em Portugal?

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Esperança para 2010

Novo Ano e renovo os votos de esperança de outros anos, persistindo em acreditar que é possível construir um mundo socialmente mais justo onde todos, independentemente da sua raça, credo ou ideologia, tenham direito a uma vida digna e livre, com acesso à educação, à saúde e à alimentação; um mundo onde cada pessoa tenha condições para realizar os seus sonhos respeitando os direitos dos outros; um mundo livre de guerra e de gritantes desigualdades sociais; um mundo de "Paz sem vencedores nem vencidos", como sonhava a Sophia:


A paz sem vencedor e sem vencidos


Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Que o tempo que nos deste seja um novo
Recomeço de esperança e de justiça.

Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos
Erguei o nosso ser à transparência
Para podermos ler melhor a vida
Para entendermos vosso mandamento
Para que venha a nós o vosso reino
Dai-nos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Fazei Senhor que a paz seja de todos
Dai-nos a paz que nasce da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justiça
Dai-nos a paz chamada liberdade
Dai-nos Senhor paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Sophia de Mello Breyner
Dual (1972)