segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Que futuro?

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Sou de uma geração que acreditava ser capaz de tornar as utopias realidade. Que acreditava ser capaz de construir um mundo socialmente mais justo! 40 anos depois vejo a merda que fizemos!
Para mim, mais grave que a Operação Face Oculta (Freeport ou Furacão) é a Operação Falhanço, da Justiça! Face a este cenário degradante, qual a força política ou órgão de soberania capaz de atirar a primeira pedra?
Ao longo dos anos aprendi, entre muitas outras coisas, que o apelo do TER é mais forte que o apelo do SER. E quando o TER prevalece temos esta sociedade da economia do vale tudo - um viveiro de sacanas, alguns bem barbeados e melhor engravatados!
Optimista incorrigível, continuo a acreditar que as novas gerações renovarão as utopias.
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domingo, 22 de novembro de 2009

Que exemplo?

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“EDP investe 4 mil milhões de dólares em parques eólicos” nos EUA. Fico orgulhoso com esta iniciativa da EDP. Mas uma dúvida enevoa meu espírito: andando Portugal a mendigar investimento estrangeiro, não seria preferível a EDP investir os 4 mil milhões de dólares em Portugal, criando 5 mil empregos, contribuindo quer para o desenvolvimento social e económico do país quer para reduzir a produção de energia com recurso a combustíveis fosseis?
- É a globalização, estúpido!, dizem-me sorridentes os grandes gestores.
Não será, antes, uma economia de interesses e uma feira de vaidades?
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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Empresas socialmente responsáveis?

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As empresas socialmente responsáveis parecem estar na moda. A maioria das grandes empresas mostra-se preocupada com os mais desfavorecidos e com uma redução das desigualdades sociais. Autenticidade ou estratégia de markting?
Penso que há de tudo, mas estou de acordo com Muhammad Yunus (o chamado "banqueiro dos pobres") quando diz: "alguns líderes empresariais utilizam o conceito (responsabilidade social empresarial) para obterem benefícios em proveito dos seus negócios. A sua filosofia parece ser. ganhar tanto dinheiro quanto possível, mesmo que tenham de explorar os pobres - e depois doam uma pequeníssima parte dos lucros a causas sociais ou criam um fundação com objectivos que ajudam a promover os negócios da empresa. Em seguida, aprovam ainda uma grande campanha de publicidade para mostrar quão são generosos!
Para estas empresas a RSE será sempre uma mera fachada. Em alguns casos, a mesma empresa que despende um cêntimo com causas sociais gasta 99 cêntimos em projectos lucrativos que agravam as desigualdades sociais".
Claro que há gestores de empresas honestamente interessados em promover a igualdade social, resta-nos saber distinguir o trigo do joio e denunciar os aldabrões!

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